v Deslocamento de algo que no trajeto passa por alterações que resultam em algo “novo”, com alguma similaridade que o remete ao objeto original.
v O termo tem origem vinculada aos estudos de neurofisiologia, considerando-a uma operação pela qual um evento é deslocado do meio externo e localizado no meio interno, correspondendo a sensações e percepções neurológicas que lhe forem provocadas.
v As produções humanas, da mais involuntária a mais autônoma, manifestam alguma relação entre experiências passadas e recentes que refletem nas respostas comportamentais (STEMBERG, 2004).
v Fechener no séc. XIX – pesquisas sobre quantidade de sensação (qualidade mental), relação entre quantidade de estímulo submetido e a resposta comportamental.
v Laplanche e Pontalis (1986, p. 479) – processos psicológicos da projeção:
o Indivíduo responde ao ambiente de acordo com seus interesses, aptidões, expectativas e desejos, assim também, escolhe seus pares por afinidade, como proximidade territorial, político, profissional.
o Indivíduo mostra pela sua atitude que assimila determinada pessoa a outra.
o Indivíduo no processo também denominado identificação, assimila-se a pessoas estranhas (artistas, famosos) ou até mesmo seres inanimados (animais, plantas), ou inversamente, assimila a si mesmo como sendo o próprio indivíduo.
o Desloca conteúdos inconscientes que foram recalcados para o meio externo e atribui-os a outro sujeito, como estratégia de satisfação.
v Dentre as teorias a que mais utiliza a projeção no arcabouço teórico é a Psicanálise. Amplia a definição de projeção:
o “operação na qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro, pessoa ou coisa, as qualidades, os desejos, os afetos, os sentimentos e até mesmo os “objetos” que estão internalizados e ele desdenha e/ou recusa aceitar e/ou admitir que lhe são pertencentes.” (Laplanche e Pontalis, 1986).
o Para Freud a projeção é uma defesa de origem muito arcaica, encontrada particularmente nos casos de paranóia, entretanto também está presente em pessoas “normais”, como o comportamento do supersticioso.
o Para Freud a projeção se origina na pulsão – excitação geradora de tensão, geralmente proveniente da sexualidade.
o Há uma articulação entre a dinâmica projetiva e a pulsão de vida cujo objetivo é diminuir a pressão dispensada pela pulsão de morte, produzindo um estado de fuga que o leva a procurar no exterior as causas do seu desconforto.
v Criaram-se instrumentos que facilitam a captação de conteúdos internos e compreensão do sofrimento psíquico, que foram denominados de técnicas projetivas.
v L. K. Frank em 1939 – utilizou o termo projetivo para explicar o “parentesco” entre os testes:
o Associação de palavras de Jung – 1904.
o Teste de manchas de tintas de Rorschach – 1920.
o O teste do Desenho – 1923.
o TAT de Murray – 1935.
o Afirmou que estes testes levam a uma investigação dinâmica e holística da personalidade, sendo um dos grandes instrumentos para o psicodiagnóstico.
o Estes testes proporcionam o conhecimento da estrutura da personalidade, através de seu material ambíguo, e sua básica teórica é a Psicanálise e a Psicologia da Forma.
o O termo utilizado por Frank ampliou-se e se relacionou com evocações de multidimensionalidades¹, especificidades² e fecundidades³.
(1) Denota uma ação física, por analogia metafórica, o sujeito descarrega no material tudo o que recusa ser.
(2) Por analogia o teste leva o sujeito a produzir um protocolo de respostas com uma estruturação correspondente à estrutura da personalidade.
(3) Os estados interiores, dados afetivos, se exteriorizam através dos relatos ou desenhos realizados pelo sujeito do teste.
v Os testes projetivos são passíveis de uma interpretação psicolingüística, composta de dois eixos distintos da linguagem:
o Função paradigmática (código);
o Função sintagmática (mensagem).
v Dentre os teste mais conhecidos estão:
o HTP (House Tree Person);
o TAT (Teste de Apercepção Temática);
o Fábula de DUSS;
o Simonds;
o Pirâmide de Pfister;
o Rorschach.