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Foto do escritorThamires Melo

Desvendando os Mecanismos de Projeção


#pracegover: Tirinha do menino Armandinho, que está sempre acompanhado de um sapo; ele conversa com uma menina. Ela diz - O rótulo mostra os ingredientes de um produto! Ele diz - Já quem põe rótulos nas pessoas...mostra os "ingredientes" de si mesmo... Cartunista: Alexandre Beck.

v Deslocamento de algo que no trajeto passa por alterações que resultam em algo “novo”, com alguma similaridade que o remete ao objeto original.

v O termo tem origem vinculada aos estudos de neurofisiologia, considerando-a uma operação pela qual um evento é deslocado do meio externo e localizado no meio interno, correspondendo a sensações e percepções neurológicas que lhe forem provocadas.

v As produções humanas, da mais involuntária a mais autônoma, manifestam alguma relação entre experiências passadas e recentes que refletem nas respostas comportamentais (STEMBERG, 2004).

v Fechener no séc. XIX – pesquisas sobre quantidade de sensação (qualidade mental), relação entre quantidade de estímulo submetido e a resposta comportamental.

v Laplanche e Pontalis (1986, p. 479) – processos psicológicos da projeção:

o Indivíduo responde ao ambiente de acordo com seus interesses, aptidões, expectativas e desejos, assim também, escolhe seus pares por afinidade, como proximidade territorial, político, profissional.

o Indivíduo mostra pela sua atitude que assimila determinada pessoa a outra.

o Indivíduo no processo também denominado identificação, assimila-se a pessoas estranhas (artistas, famosos) ou até mesmo seres inanimados (animais, plantas), ou inversamente, assimila a si mesmo como sendo o próprio indivíduo.

o Desloca conteúdos inconscientes que foram recalcados para o meio externo e atribui-os a outro sujeito, como estratégia de satisfação.

v Dentre as teorias a que mais utiliza a projeção no arcabouço teórico é a Psicanálise. Amplia a definição de projeção:

o “operação na qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro, pessoa ou coisa, as qualidades, os desejos, os afetos, os sentimentos e até mesmo os “objetos” que estão internalizados e ele desdenha e/ou recusa aceitar e/ou admitir que lhe são pertencentes.” (Laplanche e Pontalis, 1986).

o Para Freud a projeção é uma defesa de origem muito arcaica, encontrada particularmente nos casos de paranóia, entretanto também está presente em pessoas “normais”, como o comportamento do supersticioso.

o Para Freud a projeção se origina na pulsão – excitação geradora de tensão, geralmente proveniente da sexualidade.

o Há uma articulação entre a dinâmica projetiva e a pulsão de vida cujo objetivo é diminuir a pressão dispensada pela pulsão de morte, produzindo um estado de fuga que o leva a procurar no exterior as causas do seu desconforto.

v Criaram-se instrumentos que facilitam a captação de conteúdos internos e compreensão do sofrimento psíquico, que foram denominados de técnicas projetivas.

v L. K. Frank em 1939 – utilizou o termo projetivo para explicar o “parentesco” entre os testes:

o Associação de palavras de Jung – 1904.

o Teste de manchas de tintas de Rorschach – 1920.

o O teste do Desenho – 1923.

o TAT de Murray – 1935.

o Afirmou que estes testes levam a uma investigação dinâmica e holística da personalidade, sendo um dos grandes instrumentos para o psicodiagnóstico.

o Estes testes proporcionam o conhecimento da estrutura da personalidade, através de seu material ambíguo, e sua básica teórica é a Psicanálise e a Psicologia da Forma.

o O termo utilizado por Frank ampliou-se e se relacionou com evocações de multidimensionalidades¹, especificidades² e fecundidades³.

(1) Denota uma ação física, por analogia metafórica, o sujeito descarrega no material tudo o que recusa ser.

(2) Por analogia o teste leva o sujeito a produzir um protocolo de respostas com uma estruturação correspondente à estrutura da personalidade.

(3) Os estados interiores, dados afetivos, se exteriorizam através dos relatos ou desenhos realizados pelo sujeito do teste.

v Os testes projetivos são passíveis de uma interpretação psicolingüística, composta de dois eixos distintos da linguagem:

o Função paradigmática (código);

o Função sintagmática (mensagem).

v Dentre os teste mais conhecidos estão:

o HTP (House Tree Person);

o TAT (Teste de Apercepção Temática);

o Fábula de DUSS;

o Simonds;

o Pirâmide de Pfister;

o Rorschach.

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