1) Saúde auditiva
Os cuidados para evitar a surdez começam antes mesmo de a criança nascer.
Durante a gravidez é necessário que a mãe faça o pré-natal, não tome remédios sem orientação médica e ao fazer radiografia consulte o médico sobre a gestação.
Após o nascimento os pais devem ser orientados a não usar cotonetes, cuidado com brinquedos pontiagudos, evitar ambientes com alta sonoridade.
Vacinar o bebê contra sarampo, caxumba, meningite e rubéola, pois podem causar a surdez.
2) Definição
A deficiência auditiva (DA) refere-se à incapacidade de ouvir e falar.
Uma criança é surda quando não percebe os sons nem mesmo com amplificadores.
González (2007) deficiente auditivo: sujeitos que têm uma perda auditiva de maior ou menor grau.
Quando a perda é total falamos de surdos.
Quando a perda é parcial falamos de hipoacusia que pode ser leve, moderada ou severa em função do grau de decibéis percebido
Deficiência auditiva: incapacidade que pode ter nível de intensidade de médio a profundo. Inclui termos “surdo” e “limitado de ouvido”.
Limitado de ouvido: com o uso de auxílio, tem bastante audição residual para ser capaz de processar informação linguística pela audição.
Surdo: incapacidade auditiva impossibilita o processamento da informação pela audição.
Do ponto de vista educacional podemos classificar:
Hipoacústicos – alterações na articulação, na reestruturação da linguagem ou léxico, que com ajuda de prótese podem desenvolver-se, adquirindo a linguagem oral por via auditiva.
Surdos profundos – perda auditiva total, a informação não chega a elas em nível auditivo, por isso a informação é recebida pelo visual, apresentando impossibilidade de adquirir a linguagem oral por via auditiva.
A perda auditiva total é muito rara, por isso o termo deficiência auditiva e não surdez.
3) Classificação por três critérios
Natureza ou quantidade de audição perdida;
Detecção da lesão ou localização da parte do ouvido lesionada;
Momento da perda auditiva.
4) Quantidade em decibéis de audição perdida
Índice Haig estabelecido pelo Comitê Internacional de Audiologia.
O audiômetro de puro-som, um instrumento-chave para medir a acuidade auditiva, é utilizado para apresentar ao indivíduo sons de frequência e intensidade conhecidas.
Crianças com audição normal: audição inferior a 20dB percebe a fala e os sons perfeitamente.
Crianças com DA leve: audição entre 20 e 40dB, não costumam ter problemas para ouvir, mas, quando se encontram em lugares com barulhos podem ter dificuldade para perceber mensagens, sobretudo expressões pouco conhecidas, por isso costumam ter dificuldade na escola. É necessária a utilização de próteses e fonoterapia.
Crianças com DA média: audição entre 40 e 70dB, com o uso de prótese, é possível adquirir a linguagem oral por via auditiva e conversação de forma normal.
Crianças com DA severa: audição entre 70 e 90dB, podem perceber apenas palavras amplificadas, e a aprendizagem da linguagem oral não ocorre de maneira espontânea. É imprescindível o uso de prótese, treino auditivo e fonoterapia para ampliar o vocabulário, linguagem estruturada e fala inteligível.
Crianças com DA profunda: audição superior a 90dB, não podem perceber a linguagem por via oral e precisam de intervenção especializada.
Cofose: perda total da audição, não existem resíduos auditivos e seu patamar esta abaixo de 120dB.
5) Localização da lesão
Surdez de condução ou transmissão:
Afeta o percurso do som até o ouvido interno, por causa de obstáculos no ouvido externo ou médio;
Alterações na cadeia, tumores, otites e malformações;
Tratamento envolve medicação ou intervenção cirúrgica;
Considerada surdez média.
Surdez neurossensorial ou de percepção:
Estruturas do ouvido interno e as vias de acesso ao cérebro foram atingidas;
A quantidade e a qualidade são afetadas, sendo surdez propriamente dita;
A intervenção envolve cirurgias com implantes cocleares.
Surdez mista:
Ocorre quando o ouvido externo, médio e interno é afetado. O tratamento é cirúrgico e educacional.
6) Momento da perda auditiva
Surdos pré-locutivos: surdez anterior à aquisição da fala, isto é, entre zero e cinco anos. Adquirir a linguagem por oralismo ou sinais.
Surdos pós-locutivos: surdez após a aquisição da fala, a partir de cinco anos, já contam com as estruturas da linguagem. Deve-se controlar e conservar o adquirido e tornar a criança consciente de seu déficit.
7) Causas da D.A.
Kirk e Gallagher (2000) apresentam cinco principais causas:
Hereditariedade;
Rubéola materna;
Nascimento prematuro;
Meningite;
Incompatibilidade de sangue entre mãe e bebê.
Surdez de Transmissão
Ouvido externo
Traumatismos ou inflamações no ouvido externo leve e severo ou tampões de cera, não impedem a audição, mas os sons são mal discriminados, com efeitos transitórios, que podem ser eliminados.
Ouvido médio
Otite média, mais frequente na infância e pode afetar dois terços das crianças nos primeiros anos de vida.
Surdez neurossensorial ou de percepção
Ouvido interno:
Surdez pré-linguística é mais grave e costuma ser permanente. A causa pode ser problemas genéticos, processos infecciosos e má formação. congênita: pré natal (rubéola), perinatal (hipóxia) ou pós natal (doenças infecciosas – meningite, encefalite).
Em adultos pode levar a DA por deterioração progressiva do nervo, tumores intracranianos, hemorragias cerebrais, exposição à alta intensidade de sons, alteração da pressão e dos líquidos do labirinto.
Surdez genética
Decorrente de problemas de consanguinidade.
Surdez por causas desconhecidas
A porcentagem é muito alta dos casos em que se desconhece com exatidão a origem da deficiência auditiva, que pode acontecer em qualquer momento da vida.
8) Dificuldades da criança
Falta de comunicação oral com o professor e com os colegas.
Cabe ao professor buscar uma forma de contato com o aluno, levando em conta suas características intelectuais, afetivas e sociais, valorizando suas habilidades.
A qualidade de vida depende:
Realização acadêmica
Modificação social e pessoal
Modificação profissional
Este é o grande desafio do educador.